LITERATURA INFANTO-JUVENIL


Leia um trecho de Corda Bamba (1979), de Lygia Bojunga Nunes, e assinale a alternativa incorreta:

 

Maria ficava um tempão na janela do quarto dela. Olhando. Olhando. Parecia até que tinha uma vista muito bonita lá fora. Não tinha: o quarto dava para uma área interna, só se via fundo de apartamento. Mas Maria ficava olhando, olhando um tempão.

(NUNES, 1983, p.25)

 

 


A personagem Maria, órfã de pai e mãe, parece se encontrar às voltas com sentimentos complexos, que se tornam difíceis até mesmo de identificar, que as palavras, as frases não conseguem nomear, indicando perplexidade.
Esse trecho não apresenta a descrição de uma ação ou aventura aos moldes correntes da tradição, mas um momento de introspecção da personagem Maria.
A insistência dos vocábulos “Olhando.Olhando.” no trecho acima, especialmente em contraste com a afirmação do narrador de não haver exatamente algo agradável para se olhar, enfatiza os sentimentos complexos e abstratos que fundam a subjetividade da personagem. 
Na passagem acima, não se pode afirmar que haja um cuidado com a linguagem.
Em Lygia Bojunga Nunes, notável escritora da fase de expansão de literatura infantojuvenil, as personagens infantojuvenis vivem situações em que identidade, solidão, busca de si etc. são frequentes.

Acerca do mercado editorial brasileiro a partir dos anos de 1970, não se pode dizer que

 

 


a veiculação de livros infantojuvenis passou a ser confiada a revistas e livros vendidos em bancas ou diretamente comercializados em colégios.
a mobilização do Estado Brasileiro foi insignificante para um incremento do mercado editorial brasileiro destinado a crianças e jovens.
sua expansão se deu em grande parte fomentada por Órgãos governamentais, como o Instituto Nacional do Livro.
outra medida que fortaleceu o mercado editorial brasileiro concernente à produção de literatura destinada ao público infantojuvenil foi a inclusão de orientações e de atividades de leitura nos próprios livros, aumentando o vínculo entre escola e mercado editorial.
apesar do crescente número de bens culturais, como revistas, quadrinhos, séries televisivas, o mercado editorial focado na produção de literatura infantojuvenil se desenvolveu significativamente a partir dos anos de 1970.

Considerando a Fase de Transição da literatura infantojuvenil brasileira (1905 a 1930-40), analise as afirmativas a seguir como (V) verdadeiras ou (F) falsas.

 

(    ) A escolarização, indiretamente, beneficiou a produção literária infantojuvenil quanto ao aumento do público leitor, garantindo o acesso aos bens culturais.

(    ) A escolarização certamente beneficiou o mercado editorial, que produziu especificamente para o ambiente escolar.

(    ) Como Monteiro Lobato concordou com a noção de identidade nacional, não houve renovação na produção literária infantojuvenil desse momento.

(    ) Apesar de o número de autores ter aumentado significativamente, suas obras não foram bem aceitas pelo público, o que provocou declínio expressivo dessa produção, ou seja, não eram produzidas, com frequência, novas obras.

 

A sequência correta é:

 

 


V – F – V – V.
F – F – F – V.
V – V – V – F.
V – V – F – F.
F – V – F – F.

Sobre o público em formação no contexto de fim de século XIX e início do XX, pode-se afirmar que

 

 


era constituído por crianças e jovens com altas taxas de alfabetização, considerando-se o acesso amplo de escolarização nas cidades e no campo.
começava a ter acesso mais significativo à educação formal e que entrava no século XX paralelamente à movimentação em direção às cidades, núcleos que acabavam por se constituir como polos de circulação e produção de bens culturais.
era altamente alfabetizado, considerando a formação da sociedade brasileira: latifundiários, escravos recém-libertos e população livre de rendas média e baixa, além dos imigrantes recentemente chegados ao Brasil.
vivia majoritariamente nas cidades, sendo a escolarização e a presença maciça de bens culturais altamente presentes na vida dos cidadãos.
era altamente analfabeto e que permaneceu estritamente vinculado ao campo.

A história da literatura infantojuvenil brasileira é bastante recente, se comparada à literatura europeia. A respeito do desenvolvimento da produção de literatura infantojuvenil em solos brasileiros, pode-se afirmar:

 

 


Na fase de transição, os autores brasileiros produziram uma literatura com tonalidades locais, inclusive com uma visão nacionalista.
Na fase inicial, os escritores desenvolveram preocupações com uma literatura produzida no Brasil.
Na fase inicial, evidencia-se uma profunda crítica aos modelos literários europeus.
Na fase inicial, os escritores produziram fortemente imbuídos de espírito nacionalista.
Na fase de transição, houve um grande número de traduções para a língua portuguesa.

Em relação às fases de desenvolvimento da literatura infantojuvenil brasileira, não se considera que haja uma fase

 

 


de transição, que compreende os primeiros anos do século XX e que se desdobra até os anos de 1960.
contemporânea, que compreende dos anos de 1990 em diante.
de expansão que percorra do fim dos anos de 1960 até os anos de 1990.
moderna, que compreende dos anos de 1990 em diante.  
que compreende o fim do século XIX até os primeiros anos do século XX.

Acerca da existência de uma literatura produzida especificamente para o público infantojuvenil, não se pode dizer:


A origem popular das fábulas não é desmentida por La Fontaine, que situa em Esopo sua origem.
Ocorreu no fim século XVII, com a produção de obras do francês François Fénelon, baseando-se em mitos da antiguidade e em contos da tradição popular.
A produção de La Fontaine, no que diz respeito às fábulas, se caracteriza pela atenção à virtude e pela sabedoria incutida nelas. 
François Fénelon escreveu suas Fábulas e As Aventuras de Telêmaco tendo em mente a particularidade de leituras que poderiam interessar um jovem, leituras diferentes das até então correntes, a respeito da vida de santos, por exemplo.
A ideia de educar e instruir não embasa as obras produzidas por Fénelon, uma vez que elas visavam exclusivamente à educação moral das crianças.

Acerca da relação entre o ato de leitura literária e a escola, analise estas afirmativas:

 

I- A função do professor no processo é fundamental: professores que leem e que têm com a leitura uma relação íntima e prazerosa são peças seminais para uma nova relação com a leitura e a literatura em sala de aula.

II- Somente aquele que vê valor no texto, porque consegue explorar a sua significação, é que pode comunicar a um terceiro essa sua paixão. Assim, pois, somente professores que de fato lidam com o texto literário oferecem condições para que os alunos se tornem leitores.

III- O professor só pode despertar no outro uma relação perene com a leitura, que vai além do momento escolar e das obrigações vinculadas a ele, se os pais dos alunos também tiverem esses hábitos. 

Está correto apenas o que se afirma em:

 

 


d) I e III.


b) II.


e) I e II. 


c) III. 


a) I.

Assinale a alternativa que não está de acordo com o que foi falado por Marisa Lajolo no vídeo Gestor escolar 3: Marisa Lajolo, indicado como vídeo complementar, nem com o que é apresentado no item 8.2 – A formação da leitura: na sala de aula – do capítulo 8.

 

 


A leitura literária só é válida em um ambiente silencioso, em que o leitor esteja plenamente afastado do mundo e de seus pares.


A palavra literária lembra ao leitor a superação da efemeridade.


A professora e pesquisadora Marisa Lajolo, assim como Ilan Brenman discute no capítulo em questão, ressaltam a  importância de leitores como referência, a exemplo dos pais, para crianças e jovens.


A escola é o ambiente mais adequado para uma sistematização da leitura literária, segundo Marisa Lajolo, especialmente quando o professor de tal disciplina investe sua própria formação de leitor em sua prática.


Marisa Lajolo admite a importância que a leitura da literatura tem na atualidade.

Verifica-se uma continuidade entre a fase de expansão e a fase contemporânea da literatura infantojuvenil brasileira. Tal continuidade se caracteriza por diversos elementos, exceto:

 

 


A permanência do foco em questões pedagógicas e moralizantes.


O fortalecimento de criação de textos com alta qualidade literária, cada vez mais desvinculados de uma necessidade temática ou ideológica.


A exploração de diversas possibilidades de articulação entre texto, ilustração e projeto gráfico.   


O trabalho com a linguagem e com os aspectos literários se mostram ainda evidentes.


O aumento do mercado editorial e dos autores que têm produzido literatura infantojuvenil.

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